sexta-feira, 30 de julho de 2010

AMOR(TO)

Amor, verás que o Amor morará debaixo de tuas saias quando de tua febril entranha palpitar teus pêlos banhados a línguas desconhecidas; verás o sabor do teu sexo chorar o líquido do fim após todos os sangues derramados. Saberás então que o Amor fere como o inferno e cava paraísos com o toque...

Ah! O Amor nasce nos momentos desconhecidos pelo pudor, fecunda no suor das mãos gotejantes, geme na escuridão. Teu Amor chegará por dentro, rasgando teus caminhos nunca atravessados, mascará tua meia-noite, devorará a carne que protege a tua alma.

O Amor lhe apresentará a solidão, os lençóis e a louça do jantar; o Amor cobrará o aluguel, a comida e a disciplina; ligará o controle, queimará no tédio, roerá as unhas. O Amor casará com a rotina, com os outros Amores e com a bebida.

O Amor, o ARmorto, o Amor, o AMORto, o Amor, o ARmorto, o Amor, o AMOR(to)!

Meu bem, preste atenção: O “Amor” finda na face todo ódio escondido pela monotonia de amar sem poesia.


V.

terça-feira, 22 de junho de 2010

E eu sempre estarei transando alguma coisa...

E o gerundismo do título também....

Aquecendo...

Escrever todos os dias talvez me liberte um pouco mais; preciso sobreviver ao capitalismo gritante que se instalou em minha vida há pouco: estou sumindo.
Li um texto algum tempo atrás de Che Guevara que comenta exatamente isto: morrer todos os dias enquanto trabalhamos para o dinheiro. Segue um trecho:

" Os rebeldes são dominados pela maquinaria e somente os talentos excepcionais poderão criar sua própria obra. Os restantes se tornam assalariados envergonhados ou são triturados. "



Preciso nascer novamente, me tornar uma aborígene perante a selva da sociedade. Estou com saudade de comer com as mãos.

Bom dia!

V.